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sábado, 8 de novembro de 2025

“Devolve nosso ouro” — a herança colonial e o destino da riqueza do Brasil Colônia!

“Devolve nosso ouro” — a herança colonial e o destino da riqueza do Brasil Colônia

A frase “Devolve nosso ouro!”, frequentemente usada de forma irônica nas redes sociais, ecoa um sentimento histórico profundo: o de um país que viu sua imensa riqueza natural ser drenada para além-mar. Por trás da brincadeira está uma realidade que moldou a formação econômica, social e cultural do Brasil: a exploração mineral no período colonial e a transferência maciça de recursos para a Europa, especialmente Portugal e Inglaterra.

Durante o século XVIII, com as descobertas auríferas em Minas Gerais, o ouro tornou-se o principal produto da colônia portuguesa. Estima-se que, conforme o historiador Virgílio Noya Pinto, em sua obra O Ouro Brasileiro e o Comércio Anglo-Português, a produção total tenha alcançado 876.629 quilos. Já o geólogo Pandiaca Lógeras, incluindo a Bahia em seus cálculos, elevou o número para 948.105 quilos. Quantidades colossais que, segundo registros históricos, colocaram o Brasil como principal responsável pelo crescimento da produção mundial de ouro nas Américas, saltando de 39% no século XVI para 85% no XVIII.

Mas onde foi parar tamanha riqueza? O professor Leonardo Marques, da Universidade Federal Fluminense, explica que a Europa vivia à época uma escassez de metais preciosos, usados tanto como moeda quanto como base do crédito bancário nascente. O ouro brasileiro, portanto, chegava em um momento decisivo: sustentou a economia portuguesa e impulsionou o florescimento da economia britânica. Segundo Marques, “a mudança financeira britânica acaba sendo um motor da mineração no Brasil”.

De fato, o ouro que saía das minas de Minas Gerais financiou não apenas a opulência de Lisboa — como exemplifica o Palácio Nacional de Mafra, construído com recursos vindos da colônia —, mas também o desenvolvimento industrial da Inglaterra. Isso se explica, em parte, pelo Tratado de Methuen (1703), também conhecido como Tratado dos Panos e Vinhos, que consolidou uma relação desigual entre Portugal e Inglaterra: enquanto os portugueses exportavam vinhos e ouro, os ingleses vendiam produtos manufaturados. O geógrafo Wilhelm Ludwig von Eschweg, em Pluto Brasilienses, relatou que Portugal “cedeu seu ouro tão abundante em troca de mercadorias de luxo, continuamente substituídas por outras novas”.

O resultado foi que, segundo Noya Pinto, “os ingleses absorviam quase 60% do ouro somente com o comércio lícito”. Essa drenagem de riqueza, longe de gerar desenvolvimento interno em Portugal, acabou por retardar sua industrialização. Para alguns pesquisadores, o ouro representou uma “maldição”, que mascarou a ausência de políticas de modernização e manteve o país dependente de produtos estrangeiros.

Enquanto isso, no Brasil, o ciclo do ouro transformou radicalmente o território: deslocou o eixo econômico do litoral para o interior, fomentou a urbanização em vilas como Ouro Preto e Mariana, e impulsionou a ocupação do Centro-Sul. No entanto, também intensificou o tráfico de africanos escravizados, que saltou de 910 mil no século XVII para 2,2 milhões no século XVIII, conforme dados do Slave Voyages Database.

Esses impactos humanos e ambientais foram profundos. Como destaca Leonardo Marques, os efeitos da mineração “são sentidos no Brasil, não em Portugal ou na Grã-Bretanha”. A exploração deixou marcas de destruição ambiental, estruturou uma sociedade rigidamente hierarquizada e sustentou o modelo escravista — pilares de uma desigualdade que atravessa os séculos.

A história do ouro brasileiro, portanto, é a história de um país que se tornou fornecedor de matérias-primas para o enriquecimento europeu. O metal que reluzia nas igrejas barrocas e nas coroas europeias custou vidas, devastou paisagens e estruturou dependências econômicas que perduram até hoje.

Assim, quando ecoa nas redes o grito bem-humorado “Devolve nosso ouro!”, ele carrega, na verdade, uma crítica poderosa: a lembrança de que o saque colonial não terminou — apenas mudou de forma. A herança desse passado segue viva na desigualdade social, na concentração de renda e na permanência de um modelo econômico que ainda exporta riqueza e importa dependência.

📜 Referências citadas:

Referências

ESCHWEG, Wilhelm Ludwig von. Pluto Brasilienses: Relação histórica e geográfica das minas do Brasil. Tradução de Domício Proença Filho. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1979.

LÓGERAS, Pandiaca. Estudos sobre a produção de ouro no Brasil colonial. Lisboa: Tipografia Nacional, 1908.

MARQUES, Leonardo. Estudos sobre a América Colonial. Niterói: Universidade Federal Fluminense, Departamento de História, 2020.

PINTO, Virgílio Noya. O ouro brasileiro e o comércio anglo-português: uma contribuição ao estudo das relações econômicas de Portugal e Grã-Bretanha no século XVIII. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1979.

SLAVE VOYAGES. Trans-Atlantic Slave Trade Database. Disponível em: https://www.slavevoyages.org/. Acesso em: 8 nov. 2025.

TAVARES, Victor. “Devolve nosso ouro”: o destino da riqueza do Brasil Colônia. [Vídeo]. BBC News Brasil, 8 nov. 2025. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/ciclo-do-ouro. Acesso em: 8 nov. 2025.

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

O Gestor Escolar: Guardião da Alma e do Clima da Escola

O gestor escolar é o jardineiro do ambiente humano que floresce dentro da escola. Cabe a ele cultivar o solo onde nascem os laços, onde a confiança cresce e onde o respeito é regado todos os dias. O clima escolar não é algo que se decreta; ele se constrói silenciosamente, nas atitudes, nos gestos e nas palavras que circulam pelos corredores.

Um gestor que fala com serenidade, que escuta com paciência e age com justiça cria uma atmosfera de paz. Quando ele valoriza cada servidor, acolhe o aluno com empatia e busca o diálogo com as famílias, ele semeia pertencimento. O exemplo é a semente mais poderosa que um líder pode plantar. De nada adianta pregar o respeito se, no calor das dificuldades, ele mesmo não for o primeiro a praticá-lo.

O gestor que compreende sua escola como uma comunidade viva entende que cada pessoa carrega suas dores, suas esperanças e seus limites. O papel dele é harmonizar essas diferenças, tornando-as força e não conflito. Criar um ambiente positivo é fazer com que todos sintam que podem crescer juntos — professores, alunos, pais e funcionários — em torno de um mesmo propósito: aprender e conviver.

Mais do que administrar, o gestor precisa inspirar. E inspirar é cuidar da alma da escola, lembrando que o conhecimento floresce melhor onde há afeto, justiça e confiança. O verdadeiro clima escolar nasce da coerência entre o que se diz e o que se faz — começa no coração do gestor e se espalha, como luz, por toda a escola.

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

O Gestor Escolar e a Coragem de Pensar em Tempos de Superficialidade


O Gestor Escolar e a Coragem de Pensar em Tempos de Superficialidade

Vivemos em uma era ruidosa, marcada pelo excesso de informações, estímulos e comparações. O vídeo “Por que o mundo moderno exalta a estupidez – A morte da sabedoria” nos provoca a refletir sobre como o esvaziamento simbólico e a cultura do espetáculo afetam a nossa capacidade de pensar criticamente.
No contexto escolar, essa reflexão encontra terreno fértil. A escola é, por excelência, o espaço da escuta, da dúvida e da formação da consciência. Contudo, o gestor escolar, imerso em um cotidiano de demandas burocráticas, urgências e expectativas de resultados, pode facilmente ser tragado pela lógica do imediatismo e da performance.

O papel do gestor, nesse cenário, é de resistência. Resistir à superficialidade é um ato político e pedagógico. É escolher o caminho da profundidade, mesmo quando ele não brilha. O gestor que pensa e promove o pensamento — em si, nos professores e nos alunos — cumpre uma função essencial: preservar o sentido da educação como formação humana.

Em tempos em que o “curtir” parece valer mais que o “compreender”, cabe ao gestor ser o guardião do silêncio fecundo, aquele que permite o florescimento da sabedoria. Ele precisa criar espaços de diálogo, de leitura significativa, de reflexão coletiva. O gestor corajoso é aquele que desacelera para ouvir, que duvida para aprender, que lidera pelo exemplo da consciência.

Porque, no fim, como ensina o vídeo, o que nos salva não é o que nos distrai — é o que nos transforma. E a escola, quando conduzida por líderes conscientes, pode ser exatamente esse espaço de transformação e reencontro com a essência do humano.

REFERÊNCIA :
A PSIQUE. Por que o mundo moderno exalta a estupidez – A morte da sabedoria. YouTube, 20 jul. 2025. Disponível em: https://youtu.be/vJWKomYuRSg?si=DIos_mBSb7SAtKjr. Acesso em: 5 nov. 2025.

domingo, 2 de novembro de 2025

Reflexão para o Dia de Finados – 02 de novembro de 2025!

Reflexão para o Dia de Finados – 02 de novembro de 2025

(Evangelho: Jo 11,17-27)

“O mistério do amor é mais profundo que o mistério da morte”, dizia Oscar Wilde. Hoje, ao recordarmos nossos entes queridos, o Evangelho de João nos convida a contemplar o amor de Cristo que vence a morte. Jesus declara: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá.” Nessa promessa está a raiz da nossa esperança e da nossa imortalidade.

Quando amamos, tornamo-nos participantes dessa vida eterna. Amar é resistir à morte, como lembra François Mauriac: “Quando a gente ama alguém, se está necessariamente contra a morte.” O amor é o que permanece quando tudo o mais se desfaz. É a chama que continua acesa nos corações daqueles que ficaram.

Hoje, muitos levam flores aos túmulos. Esse gesto, simples e sagrado, é um modo de dizer: “Tu vives em mim, porque te amei.” Como ensina Tagore, “Os mortos se imortalizam pela fama; os vivos se imortalizam pelo amor.”

Quem ama, eterniza. Quem ama, ressuscita com Cristo. Que nossas flores sejam sinais desse amor que não morre — sementes de eternidade plantadas na esperança da Ressurreição. 🌹✝️

BIBLIOGRAFIA:

LUIZ, Carlos (Organizador). A maravilhosa arte de amar. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.

ISBN 978-85-326-2998-2.

As citações transcritas (de Oscar Wilde, André Maurois, François Mauriac, Chiara Lubich, entre outros) foram extraídas desta coletânea organizada por Luiz Carlos, publicada pela Editora Vozes.

sábado, 1 de novembro de 2025

Produção do Ouro e População em Ouro Preto.

 



A imagem mostra dados históricos sobre a produção de ouro no século XVIII e a composição social de Minas Gerais em 1786, período em que Vila Rica (atual Ouro Preto) era o centro econômico, político e cultural do Brasil colonial.
Vamos examinar e interpretar todos os elementos do gráfico, relacionando-os com a realidade de Vila Rica.


🪙 1. Produção de ouro no século XVIII

📊 Crescimento e auge

O gráfico mostra o aumento contínuo da produção de ouro entre 1705 e 1754, com o pico em 1749–1754, atingindo cerca de 15,8 toneladas por ano.
Nesse período, Vila Rica se consolidou como o principal centro minerador e administrativo da colônia, sendo responsável pela maior parte da produção representada no gráfico em amarelo (cor que indica Minas Gerais).

➡️ Entre 1720 e 1760, Vila Rica liderava a extração aurífera:

  • Era sede da Casa de Fundição, onde o ouro bruto era transformado em barras com o selo real e onde se cobrava o imposto do quinto (20%).

  • Abrigava a administração da Capitania, o governo colonial e o Senado da Câmara, órgãos que fiscalizavam a mineração.

  • Tornou-se também o centro de decisões políticas e o coração da vida urbana colonial.


⚖️ Declínio

Após 1754, o gráfico mostra uma queda gradual da produção de ouro, caindo para menos de 5 toneladas em 1799.
Esse declínio teve impactos diretos sobre Vila Rica:

  • A diminuição das jazidas e o esgotamento das minas superficiais levaram ao empobrecimento da população.

  • A derrama (cobrança forçada dos impostos atrasados) gerou revolta popular, culminando na Inconfidência Mineira (1789), planejada justamente em Vila Rica.

  • A cidade manteve, porém, sua importância administrativa e cultural, com forte presença de artistas, religiosos e intelectuais.


🧭 Regiões produtoras

O gráfico também mostra que:

  • Minas Gerais sempre foi a maior produtora (barras amarelas);

  • Goiás e Mato Grosso (em tons laranja e vermelho) tiveram menor participação, e sua mineração começou mais tarde, após a descoberta do ouro no centro-sul mineiro.
    Assim, Vila Rica foi o modelo e o ponto de partida da expansão mineradora no interior do Brasil.


👥 2. População de Minas Gerais em 1786

O gráfico demográfico mostra uma sociedade profundamente desigual, que também se refletia em Vila Rica.

📈 Composição geral

  • População total: 363 mil pessoas (o dobro do registrado em 1742).

  • Desses, 189 mil eram livres ou forros, e 174 mil eram escravizados.
    Essa divisão revela o peso da mão de obra africana e afrodescendente na economia aurífera.


Distribuição social

O gráfico divide os grupos por cor e tamanho:

🟤 Negros escravizados – 106 mil

  • Representavam a base do trabalho minerador em Vila Rica e outras vilas.

  • Trabalhavam nas minas, nos serviços domésticos e nas construções das igrejas e casarões.

  • Suas condições de vida eram extremamente precárias, e muitos morreram nas minas devido à exaustão e aos desabamentos.

🟫 Pardos – 42 mil (livres e escravizados)

  • Muitos eram filhos de relações entre brancos e negros, vivendo como artesãos, tropeiros ou pequenos comerciantes.

  • Em Vila Rica, atuavam nas corporações de ofício e integravam irmandades religiosas, como as de Nossa Senhora do Rosário e de São José.

Brancos – cerca de 116 mil (livres)

  • Incluíam os funcionários da Coroa, padres, militares, artistas e comerciantes.

  • Formavam a elite urbana e religiosa que financiava igrejas e vivia dos lucros da mineração.

  • Essa elite construiu em Vila Rica um cenário de ostentação artística, refletido na arquitetura barroca e no patrocínio das ordens religiosas.


👨🏾‍🏭 Homens e mulheres

O gráfico mostra mais homens do que mulheres, principalmente entre os escravizados, já que o trabalho nas minas exigia força física.
Entretanto, as mulheres — brancas, negras e pardas — tiveram papel social relevante:

  • As brancas lideravam as devoções religiosas e geriam os lares.

  • As negras e forras atuavam como vendedoras, quitandeiras e lavadeiras, compondo uma parte essencial da economia local.


🏛️ 3. Interpretação geral para Vila Rica (Ouro Preto)

🔶 Riqueza e Contradição

Vila Rica, no auge do ciclo do ouro, foi uma cidade de extremos:

  • Riquíssima em arte, fé e cultura, mas profundamente marcada pela escravidão, desigualdade e controle da Coroa.

  • O esplendor de suas igrejas e palácios contrastava com o sofrimento dos mineradores.

🧱 Legado histórico

Essa riqueza sustentou:

  • A construção das obras barrocas, com destaque para Aleijadinho e Mestre Ataíde.

  • O florescimento da identidade mineira, que unia fé, trabalho e resistência.

  • A emergência da consciência política, expressa na Inconfidência Mineira.

⚙️ Declínio e transformação

Mesmo com a queda da produção, Vila Rica manteve sua importância como:

  • Centro administrativo da Capitania;

  • Símbolo da memória nacional, sendo tombada no século XX como Patrimônio Cultural da Humanidade (UNESCO, 1980).


🧭 Síntese Final

Aspecto Situação em Vila Rica (Ouro Preto) no século XVIII
Economia Baseada na extração de ouro e controle fiscal da Coroa.
População Predomínio de escravizados e mestiços; sociedade urbana diversificada.
Cultura Barroco mineiro: igrejas ricamente decoradas e música sacra.
Política Sede do governo da Capitania; centro da Inconfidência Mineira.
Transformação Após o esgotamento das minas, tornou-se centro histórico e cultural.

🗺️ Minas Gerais no auge da mineração (século XVIII)

Explicação detalhada e didática sobre o mapa “Minas Gerais no auge da mineração”, com foco especial nas situações e temas relacionados à cidade de Vila Rica, hoje Ouro Preto, apresentada em formato de guia histórico-interpretativo para fins educacionais.


🗺️ Minas Gerais no auge da mineração (século XVIII)

O mapa mostra o período de maior prosperidade da Capitania de Minas Gerais — entre os séculos XVII e XVIII —, quando o ouro e os diamantes foram descobertos e explorados intensamente, alterando profundamente a economia, a sociedade e a geografia política do Brasil colonial.


🏙️ Vila Rica (atual Ouro Preto): o coração do ciclo do ouro

📍 Localização e importância

Vila Rica, hoje Ouro Preto, aparece no mapa como centro político e econômico da Capitania de Minas Gerais. Situava-se na Comarca de Vila Rica, rodeada por outras regiões mineradoras como Sabará, Rio das Mortes e Serro do Frio.

Ela tornou-se o principal núcleo urbano e administrativo do ciclo do ouro, concentrando:

  • Casas de fundição, onde o ouro era derretido e transformado em barras oficiais, com o imposto do “quinto” cobrado pela Coroa Portuguesa;

  • Estradas de escoamento do ouro até o litoral, em direção ao Rio de Janeiro e Parati;

  • Igrejas barrocas e casarões que simbolizavam o poder e a religiosidade da elite colonial.


💰 A rota do ouro e as conexões de Vila Rica

O mapa mostra diversas estradas coloniais, conhecidas como “Caminhos do Ouro”, que ligavam as minas ao porto do Rio de Janeiro:

  • Caminho Velho: ligava Ouro Preto a Parati, passando por Taubaté e São Paulo.

  • Caminho Novo: traçado mais direto até o Rio de Janeiro, consolidado no século XVIII.
    Essas rotas eram vitais para transportar o ouro e os diamantes sob rígido controle da Coroa.

O Rio das Velhas, Rio Doce e Rio Paraopeba eram pontos de referência natural e vias complementares para transporte e abastecimento.


⚒️ Comarcas e organização administrativa

O mapa divide Minas Gerais em quatro grandes Comarcas, que eram divisões administrativas e judiciais criadas pela Coroa Portuguesa:

  1. Comarca do Rio das Mortes – com centro em São João del-Rei;

  2. Comarca de Sabará – área de intensa extração aurífera;

  3. Comarca do Serro do Frio – região dos diamantes (Diamantina);

  4. Comarca de Vila Rica – a mais poderosa, sede do Governo da Capitania.

Vila Rica sediava o Palácio dos Governadores, o Senado da Câmara (prefeitura da época) e os principais órgãos de controle da mineração.


⛏️ A mineração e o controle da Coroa

A exploração do ouro foi rigidamente controlada. O mapa indica:

  • Casas de fundição: onde o ouro era fundido e carimbado com o selo real (símbolo de poder e arrecadação).

  • Feiras e Casas da Moeda: presentes em Vila Rica, Sabará e Rio de Janeiro.

  • Rotas de contrabando: linhas de conexão clandestinas usadas para escapar do fisco real.

A economia girava em torno do quinto — imposto de 20% sobre todo ouro extraído — e da derrama, cobrança forçada das dívidas com a Coroa, que gerou revoltas como a Inconfidência Mineira (1789), liderada por Tiradentes e sediada justamente em Vila Rica.


⚔️ Conflitos e repressões

O mapa mostra o ícone das Batalhas da Guerra dos Emboabas (1708–1709) — conflito entre paulistas e forasteiros (emboabas) pelo controle das minas.
A vitória dos emboabas levou à criação da Capitania de Minas Gerais, separada da de São Paulo, com Vila Rica como capital.


Aspectos sociais e culturais

Em Vila Rica floresceu a arte barroca e rococó mineira, com destaque para:

  • Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) – escultor e arquiteto das igrejas de São Francisco de Assis e Pilar.

  • Mestre Ataíde – pintor dos tetos e painéis sacros.
    Essas manifestações artísticas simbolizavam o poder espiritual e econômico da elite mineradora, mas também a devoção do povo.


⚖️ Desigualdade e escravidão

Por trás do esplendor de Vila Rica havia uma realidade de trabalho escravo intenso, com milhares de africanos trazidos à força para extrair ouro e erguer as construções.
O mapa destaca as regiões quilombolas, como o Quilombo do Campo Grande, onde escravizados fugidos resistiam à repressão colonial.


🧭 Síntese interpretativa: Vila Rica no contexto do mapa

  1. Centro administrativo – capital da Capitania e sede do governo colonial.

  2. Coração econômico – principal produtora e arrecadadora do ouro da colônia.

  3. Marco cultural – berço do barroco mineiro e da Inconfidência Mineira.

  4. Símbolo da desigualdade social – opulência das elites contrastando com o sofrimento escravo.

  5. Ponto estratégico – entroncamento das rotas do ouro e das comunicações com o litoral.

🕍 Igrejas e Capelas de Ouro Preto

Guia, com todas as igrejas e capelas de Ouro Preto apresentadas com detalhes históricos, arquitetônicos e pedagógicos, ideal para ser usada como material de apoio escolar durante aulas ou visitas educativas.


🕍 Igrejas e Capelas de Ouro Preto

O barroco mineiro que revela fé, arte e história

Ouro Preto é uma verdadeira galeria a céu aberto do barroco e rococó brasileiros. Suas igrejas, erguidas entre os séculos XVIII e XIX, guardam não apenas a devoção religiosa, mas também o talento de artistas como Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho) e Manuel da Costa Ataíde (Mestre Ataíde). Cada templo conta uma parte da história da fé, da escravidão, da arte e da luta pela liberdade em Minas Gerais.


1️⃣ Igreja de São Francisco de Assis

📍 Largo de Coimbra – Centro (E4 no mapa)
Obra-prima do barroco mineiro, projetada por Aleijadinho e decorada por Mestre Ataíde. Sua fachada é uma das mais belas do Brasil, com esculturas em pedra-sabão. O teto da nave principal traz o famoso painel da “Assunção da Virgem”, pintado com cores vibrantes e tons suaves, típicos do rococó.
👉 Curiosidade: É considerada o símbolo máximo da arte colonial mineira e um dos cartões-postais de Ouro Preto.


2️⃣ Igreja Nossa Senhora do Pilar

📍 Praça Monsenhor João Castilho Barbosa – Pilar (E4)
É uma das igrejas mais ricas em ouro do país, com mais de 400 kg usados em sua decoração interna. Representa o auge do barroco, com retábulos dourados, colunas torcidas e imagens de anjos em atitude de adoração.
👉 Curiosidade: Foi construída em 1733 e sua irmandade era formada por brancos abastados. No subsolo, há um museu de arte sacra com objetos litúrgicos coloniais.


3️⃣ Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

📍 Rua Getúlio Vargas – Bairro Rosário (D3)
Construída pela Irmandade dos Homens Pretos, é uma das mais importantes expressões da religiosidade afro-brasileira. Seu formato oval e inovador a distingue das demais igrejas da época.
👉 Curiosidade: Erguida por escravos e libertos, foi o único templo onde eles podiam celebrar sua fé livremente.


4️⃣ Igreja Nossa Senhora do Carmo

📍 Rua Brigadeiro Musqueira – Centro (E4)
Com fachada de Aleijadinho e talha de Manuel Francisco Lisboa, esta igreja representa a transição do barroco para o rococó. O interior é elegante, com pinturas e esculturas que expressam serenidade e equilíbrio.
👉 Curiosidade: Está ao lado da Igreja de São Francisco de Assis, formando um dos conjuntos artísticos mais belos da cidade.


5️⃣ Igreja Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias

📍 Praça Antônio Dias (E4)
Uma das mais antigas de Ouro Preto, concluída em 1727. Aqui estão os restos mortais de Aleijadinho. Seu interior combina simplicidade e imponência, e abriga o Museu Aleijadinho, que guarda esculturas e ferramentas do artista.
👉 Curiosidade: Foi a primeira igreja construída com a participação de Aleijadinho e de seu pai, Manuel Francisco Lisboa.


6️⃣ Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões

📍 Rua Padre Rolim – Centro (E4)
Construída pela Irmandade das Mercês e Perdões, apresenta estilo rococó, com fachada simétrica e torres elegantes. O interior tem imagens de Cristo e da Virgem que simbolizam o perdão e a misericórdia.
👉 Curiosidade: Possui uma das vistas mais bonitas do Centro Histórico.


7️⃣ Igreja Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia

📍 Rua Conde de Bobadela (Rua Direita) – Centro (E4)
Também chamada de Mercês de Cima, é mais simples que a anterior, mas guarda expressiva riqueza artística. Seu altar principal tem a imagem de Nossa Senhora das Mercês, ladeada por anjos e querubins.
👉 Curiosidade: Era mantida por irmandades femininas e dedicada à assistência aos pobres e enfermos.


8️⃣ Igreja de São José

📍 Rua Teixeira Amaral – Centro (E4)
Pequena e acolhedora, tem um dos mais belos altares rococós da cidade, pintado por Mestre Ataíde. É símbolo da devoção simples e sincera das famílias ouro-pretanas.
👉 Curiosidade: Ainda hoje é bastante procurada para celebrações e casamentos.


9️⃣ Capela de São João Batista

📍 Rua São José – Centro (E4)
Edificação singela, mas carregada de simbolismo. Representa a fé popular e o esforço das pequenas comunidades em manter viva a tradição cristã.
👉 Curiosidade: Seu interior guarda imagens antigas e uma pequena pia batismal original do século XVIII.


🔟 Basílica de Nossa Senhora do Pilar

📍 Mesmo endereço da Igreja do Pilar (E4)
Reconhecida como Basílica Menor, título concedido pelo Vaticano, é o principal templo católico de Ouro Preto. As missas e celebrações mantêm o esplendor da tradição barroca.
👉 Curiosidade: Sua música sacra é considerada Patrimônio Cultural de Minas Gerais.


Atividade de reflexão para alunos

  • Observe as fachadas e compare os estilos das igrejas.

  • Quais elementos se repetem? (torres, frontões, esculturas, ouro, anjos...)

  • O que cada igreja nos ensina sobre o papel da fé e da arte na história do Brasil?

  • Que sentimentos surgem ao entrar em um espaço tão antigo e preservado?


💡 Sugestão pedagógica para professores

Durante a visita ou estudo:

  • Divida os alunos em grupos e atribua a cada grupo uma igreja para pesquisar e apresentar.

  • Estimule a produção de desenhos, maquetes ou textos poéticos inspirados na arte barroca.

  • Promova uma roda de conversa sobre o legado de Aleijadinho e Mestre Ataíde como símbolos da criatividade e resistência brasileira.

Fortalecer os músculos emocionais na “academia escolar”!

Fortalecer os músculos emocionais na “academia escolar”

Pendurado próximo aos meus livros, o quadro com a frase “Os músculos emocionais se fortalecem nas batalhas da vida” me inspira diariamente. Ele me faz pensar que a escola é, em essência, uma grande academia da alma — um espaço onde professores, alunos e gestores exercitam não apenas o intelecto, mas também as emoções.

Criar músculos emocionais no ambiente escolar significa aprender a lidar com frustrações, diferenças, erros e desafios cotidianos sem perder o entusiasmo de recomeçar. As batalhas da vida escolar são muitas: o aluno que enfrenta dificuldades de aprendizagem, o professor que busca motivar uma turma desinteressada, o gestor que precisa manter o equilíbrio em meio a demandas e pressões.

Fortalecer professores e alunos é oferecer apoio, escuta, empatia e oportunidades de crescimento. É criar um ambiente que valorize o esforço, celebre pequenas conquistas e transforme o erro em aprendizado.

Cabe ao gestor escolar ser o treinador dessa “academia”, aquele que estimula o exercício da resiliência, da colaboração e da esperança. Porque, assim como o corpo se fortalece com treino e disciplina, a alma educadora se fortalece nas práticas diárias que transformam o desafio em superação e a convivência em aprendizado. 💛


sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Nota de Falecimento – Maria Aparecida Barreiros dos Santos!

Nota de Falecimento – Maria Aparecida Barreiros dos Santos

“Quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor.” (Rm 14,8)

Com profunda fé na Ressurreição, comunicamos o falecimento de Maria Aparecida Barreiros dos Santos, nascida em 13 de março de 1969 e falecida em 31 de outubro de 2025. O velório está acontecendo na Funerária São Sebastião, onde familiares e amigos se reúnem para elevar a Deus orações de gratidão por sua vida e consolo pela sua partida.

Maria Aparecida parte deixando o esposo Ronaldo, o filho Roney, suas irmãs Professora Terezinha, Maria Dilma, Maria José e o irmão Emanuel Fernando, além de muitos amigos e pessoas que receberam dela gestos de carinho, simplicidade e fé.

Como ensina o salmista: “Setenta anos é o total de nossa vida... passam depressa e desaparecemos.” (Sl 89,10). A morte, porém, não apaga a vida; ela a eterniza. Quem viveu unida a Deus, amando e servindo, permanece viva Nele.

Que a esperança cristã console os corações e renove em todos a certeza de que “agora é o tempo da salvação” (1Cor 6,2). Maria Aparecida descansa na paz de Cristo, e sua vida, marcada pela fé, é semente de eternidade no coração dos que a amaram. ✝️

📸 Veja um álbum com muitas imagens de Maria Aparecida, lembrando com ternura os momentos de alegria, amizade e fé que ela deixou entre nós.

https://photos.app.goo.gl/Pt8RCARPhMnou9K7A

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Prefeito Nanayoski valoriza liderança escolar e sanciona Lei que corrige vencimentos dos gestores da Educação Municipal!


Prefeito Nanayoski valoriza liderança escolar e sanciona Lei que corrige vencimentos dos gestores da Educação Municipal.

Carlos Chagas, MG — Em mais um avanço da gestão voltada à valorização dos profissionais da educação, o Prefeito José Amadeu Nanayoski Tavares sancionou e promulgou a Lei Complementar nº 2266/2025, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 2.145/2022, referente ao Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração da Secretaria Municipal de Educação de Carlos Chagas.

A nova legislação tem como objetivo tornar o cargo de gestor escolar mais atrativo, promovendo justiça salarial e reconhecimento à complexidade da função de direção nas escolas públicas municipais.

💼 Reconhecimento e valorização da liderança escolar

De acordo com o texto da lei, o vencimento do Diretor Escolar passa a ter como parâmetro o equivalente a dois vencimentos básicos do Professor PEB I – Superior, reconhecendo que o cargo integra o magistério. Com isso, qualquer reajuste concedido aos professores refletirá automaticamente no vencimento dos diretores, vice-diretores e coordenadores escolares.

A tabela aprovada estabelece os seguintes valores de referência:

Cargo Vencimento (R$) Observações
Coordenador Escolar 4.284,00 Em creches e escolas com até 100 alunos
Diretor Escolar I 5.355,00 Em creches e escolas de 100 a 200 alunos
Diretor Escolar II 5.950,00 Em creches e escolas com mais de 200 alunos
Vice-Diretor Escolar II Vencimento básico do Professor PEB I – Superior

Esses valores são vinculados às mesmas percentagens de aumento aplicadas ao vencimento dos professores, assegurando reajustes automáticos e proporcionais.

🏫 Gestão democrática e autonomia escolar

A medida representa um ato de reconhecimento ao papel estratégico que os gestores escolares exercem. Mais do que administrar rotinas, eles são líderes comunitários, articuladores pedagógicos e responsáveis diretos pela gestão de pessoas, patrimônio, finanças e resultados educacionais.

Em um momento em que o país discute a ampliação da autonomia das escolas e o fortalecimento da gestão democrática, a iniciativa da Prefeitura de Carlos Chagas reafirma a importância do gestor como peça central na construção da qualidade social da educação pública.

🗓️ Publicação

A Lei Complementar nº 2266/2025, sancionada em 24 de outubro de 2025, já está em vigor e pode ser consultada na íntegra pelo link:

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Salas de Aprendizagem fortalecem a implementação da Busca Ativa Escolar.

Salas de Aprendizagem fortalecem a implementação da Busca Ativa Escolar.

A iniciativa Salas de Aprendizagem – Diálogo e Formação Continuada está promovendo encontros virtuais voltados a gestores, técnicos e profissionais da educação que atuam na implementação da estratégia Busca Ativa Escolar em municípios e estados brasileiros.

O projeto, fruto da parceria entre UNICEF, UNDIME, CONASEMS e CONGEMAS, oferece um espaço permanente de formação e atendimento direto, onde as equipes podem tirar dúvidas, aprimorar o uso da plataforma e aprofundar o entendimento sobre a metodologia.

As Salas de Aprendizagem funcionam de segunda a quinta-feira, nos turnos da manhã (8h15 e 10h) e da tarde (13h15 e 15h), por meio de encontros realizados no Google Meet.

Cada sala conta com o acompanhamento de tutoras especializadas que apresentam materiais, orientações e estratégias de uso da plataforma. Além dos momentos formativos, há plantões tira-dúvidas, realizados de segunda a quarta-feira à tarde e às quintas-feiras pela manhã, voltados à resolução de questões práticas e à troca de experiências entre os participantes.

A programação semanal é fixa, abordando temas como metodologia da Busca Ativa Escolar, registro de alertas e casos, cancelamentos e transferências, organização dos usuários e aperfeiçoamento do uso da plataforma.

Segundo o UNICEF, a proposta das Salas de Aprendizagem é garantir o diálogo permanente e o fortalecimento da estratégia, que tem como principal objetivo identificar, registrar e acompanhar crianças e adolescentes fora da escola, contribuindo para a efetivação do direito à educação em todo o país.

Participação de Carlos Chagas

O município de Carlos Chagas participa ativamente dos encontros virtuais, reafirmando o compromisso da Secretaria Municipal de Educação, sob a gestão de Deodato Gomes Costa, com a implementação qualificada da Busca Ativa Escolar.

A equipe municipal tem aproveitado os espaços de formação para aperfeiçoar o uso da plataforma, fortalecer a articulação intersetorial entre educação, saúde e assistência social, e garantir que nenhuma criança ou adolescente fique fora da escola.

“Esses encontros podem ser momentos de aprendizado coletivo, que nos ajudam a aprimorar a política local de combate à evasão escolar e a assegurar o direito à aprendizagem para todos”, destacou o secretário.

📰 Prefeitura de Carlos Chagas publica decreto com feriados e pontos facultativos de 2025!

 📰 Prefeitura de Carlos Chagas publica decreto com feriados e pontos facultativos de 2025

A Prefeitura Municipal de Carlos Chagas (MG) divulgou oficialmente o Decreto nº 144/2024, que dispõe sobre os feriados e pontos facultativos do ano de 2025 no município. O documento foi assinado pelo prefeito José Amadeu Nanayoski Tavares em 27 de novembro de 2024, e estabelece o calendário oficial a ser seguido pelos órgãos e entidades da Administração Pública Municipal, direta e indireta.

O decreto leva em consideração a Lei Federal nº 10.607/2002, que define os feriados nacionais; a Lei Federal nº 14.759/2023, que reconhece o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra como feriado nacional; e a Lei Municipal nº 791/1979, que trata dos feriados religiosos e municipais de Carlos Chagas.


🗓️ Calendário de Feriados e Pontos Facultativos – 2025

Entre as principais datas previstas, destacam-se:

  • 1º de janeiro (quarta-feira) – Confraternização Universal (feriado nacional)

  • 20 de janeiro (segunda-feira) – Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade (feriado municipal)

  • 3, 4 e 5 de março – Carnaval (pontos facultativos e Quarta-feira de Cinzas)

  • 18 de abril (sexta-feira) – Paixão de Cristo (feriado nacional)

  • 21 de abril (segunda-feira) – Tiradentes (feriado nacional)

  • 1º de maio (quinta-feira) – Dia do Trabalho (feriado nacional)

  • 19 de junho (quinta-feira) – Corpus Christi (feriado municipal)

  • 7 de setembro (domingo) – Independência do Brasil (feriado nacional)

  • 12 de outubro (domingo) – Nossa Senhora Aparecida (feriado nacional)

  • 28 de outubro (terça-feira) – Dia do Servidor Público (ponto facultativo municipal)

  • 2 de novembro (domingo) – Finados (feriado nacional)

  • 15 de novembro (sábado) – Proclamação da República (feriado nacional)

  • 20 de novembro (quinta-feira) – Dia Nacional da Consciência Negra (feriado nacional)

  • 17 de dezembro (quarta-feira) – Aniversário de Emancipação Política de Carlos Chagas (feriado municipal)

  • 25 de dezembro (quinta-feira) – Natal (feriado nacional)


⚙️ Serviços Essenciais e Rede de Ensino

O Art. 2º do decreto assegura o funcionamento, em regime de plantão, dos serviços essenciais — como saúde, transporte, vigilância, defesa civil, fiscalização e manutenção de praças e jardins — durante os dias de ponto facultativo, conforme escalas definidas pelos responsáveis de cada setor.

Já o Art. 3º determina que a rede municipal de ensino seguirá o calendário escolar aprovado pelo Conselho Municipal de Educação, preservando o cumprimento dos 200 dias letivos previstos pela legislação educacional.


🏛️ Objetivo e Vigência

De acordo com o prefeito José Amadeu Nanayoski Tavares, o decreto tem como objetivo “organizar o funcionamento da administração pública municipal, garantir a transparência e assegurar o cumprimento das legislações federal e municipal referentes aos feriados oficiais”.

O Decreto nº 144/2024 entra em vigor na data de sua publicação, e revoga quaisquer disposições em contrário.


📍Prefeitura Municipal de Carlos Chagas
Avenida Capitão João Pinto, 193 – Centro
CEP 39864-000 – CNPJ 18.477.315/0001-90

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

A Grande Arte de se Reinventar — Reflexões sobre o 1º Pilar: A Percepção!

Fotos da palestra: https://photos.app.goo.gl/gVfzdp3Pg35e7A1n9

A Grande Arte de se Reinventar — Reflexões sobre o 1º Pilar: A Percepção

Recentemente participei de uma palestra inspiradora com Leo Chaves, da dupla Victor & Leo — sim, o irmão de Victor. O tema não poderia ser mais instigante: “A Grande Arte de se Reinventar”.
Durante sua fala, Leo apresentou sete habilidades que, segundo ele, podem transformar a vida pessoal e profissional de qualquer pessoa: Percepção, Aceitação, Direção, Perseverança, Conexão, Gestão e Marca.

O público, formado em sua maioria por professores, se envolveu completamente. Leo consegue unir emoção, sensibilidade e método ao falar de autoconhecimento e reinvenção. Sua forma simples e ao mesmo tempo profunda de apresentar cada pilar tocou a todos nós. O que mais me encantou foi perceber o quanto essas habilidades, quando trabalhadas conscientemente, revolucionam não apenas os negócios de uma pessoa, mas nossa própria existência.

Após a palestra, comprei o livro que leva o mesmo nome da apresentação — “A Grande Arte de se Reinventar”, com prefácio de ninguém menos que Leandro Karnal. Leitura indispensável!
Comecei pelo primeiro pilar — a Percepção, e confesso: ele é um verdadeiro convite ao mergulho interior.


1º Pilar – Percepção

“Podemos dizer que a percepção é a capacidade de identificar de forma competente a leitura de si mesmo e do que está à sua volta.”

A partir dessa afirmação, Leo nos conduz por um texto que é quase uma meditação guiada sobre o autoconhecimento. Ele explica que estamos sempre cercados de oportunidades para exercitar essa habilidade — nas pequenas e nas grandes situações do cotidiano. A habilidade perceptiva potencializa nossa caminhada e nos ajuda a administrar pensamentos e emoções, construindo relações mais equilibradas conosco mesmos, com os outros e com o universo.

Segundo o autor, a autopercepção leva ao autoconhecimento. E, sob a ótica comportamental, existem dois tipos de mentes:

  • Mentes progressivas, que agem com atitude e aprendem com a vida, mesmo diante das derrotas;

  • Mentes regressivas, que acreditam que nada pode mudar e se acomodam no conforto da inércia.

Para reinventar-se, é preciso começar a se identificar e se compreender no dia a dia, fugindo do automatismo e aprendendo a refletir sobre os próprios pensamentos e reações. Vivemos muito voltados para o externo, presos a convenções sociais e distraídos daquilo que realmente importa — o que acontece dentro de nós.

Leo provoca o leitor: “Você se conhece profundamente ou vive apenas na superfície do seu ser?”
Ele nos lembra que as emoções são sinais de trânsito da alma. Ignorá-las é como trafegar sem atenção, correndo o risco de colidir.

Percepção, portanto, é observar-se com atenção. É manter os sentidos despertos para perceber não só o mundo, mas também as nuances do nosso interior. Observar sem julgar, apenas refletindo, é um exercício diário que amplia a consciência e abre caminhos para o desenvolvimento pessoal.

O autor propõe um exercício simples e poderoso:

“Anote as reações negativas das quais você quer se desfazer. Depois, reflita sobre as emoções e sentimentos por trás delas. Esse processo o conduzirá a um maior autoconhecimento.”

Leo compartilha que ele próprio praticou esse exercício por meses, até conseguir identificar padrões nocivos e modificá-los.
Ele afirma com sabedoria:

“Você só domina aquilo que percebe, identifica e conhece.”


A Coruja e o Olhar Ampliado

A coruja, símbolo da Habilidade Revolucionária, representa a prática da percepção. Ela enxerga em 360 graus, não perde detalhes e é capaz de ver o que está oculto.
Ao adotar o olhar da coruja, somos convidados a enxergar espiritualmente, emocionalmente e racionalmente o que nos cerca — e, acima de tudo, a observar criticamente nossa conduta, o que nos permite alcançar equilíbrio e transformação interior.


Percepção e Conflitos Internos

Leo nos mostra que os conflitos internos são convites para o autoconhecimento.

“Aquilo que gera conflito dentro de nós é um convite para nos conhecermos mais.”

Muitas vezes tentamos varrer os problemas para debaixo do tapete, acreditando que assim eles deixam de existir. Mas a poeira continua ali, nos impedindo de caminhar com leveza.
O autor nos encoraja a abraçar nossos conflitos em vez de fugir deles, pois são eles que nos fortalecem e nos impulsionam a crescer.

Ele escreve:

“Os êxitos são importantes para nos reconhecermos, mas é necessário visitar nossas escuridões mais íntimas. É por meio delas que nos percebemos mais profundamente.”

Acender a luz interior é um compromisso com o desenvolvimento da percepção — é o início da verdadeira transformação.


Percepção e Relações Humanas

Leo vai além: mostra que a percepção é essencial também nas relações humanas.
Ter autopercepção nas relações é compreender que cada pessoa é um universo diferente. Em um relacionamento, por exemplo, é preciso perceber a si mesmo e também reconhecer a consciência do outro.

Ele lembra: “Podemos conhecer tudo, menos a consciência do outro.”
Por isso, a autopercepção é o ponto de partida para relações mais maduras e empáticas.

Toda pessoa é uma ponte: algumas nos levam a lugares de paz, outras a aprendizados dolorosos. O segredo é perceber o que cada uma representa e atravessar com sabedoria.


Reflexão Final

Ao ler e refletir sobre este primeiro pilar, percebi o quanto a percepção é o alicerce da reinvenção.
Ela exige treino, sensibilidade e coragem para olhar para dentro.
A leitura de Leo Chaves é um convite para despertarmos nossa consciência, limpando as lentes pelas quais enxergamos o mundo e a nós mesmos.

Reinventar-se é um ato de amor próprio — e tudo começa com a percepção.


📖 Baseado no livro “A Grande Arte de se Reinventar”, de Leo Chaves, com prefácio de Leandro Karnal.
✍️ Texto adaptado e comentado por Deodato Gomes Costa.
O próximo post é sobre aceitação, o 2º pilar da reinvenção humana que vou trabalhar aqui também. 

CHAVES, Leo. A grande arte de se reinventar. Prefácio de Leandro Karnal. São Paulo: Planeta do Brasil, 2019. 208 p. ISBN 978-85-422-1813-8.

Imagem de uma tela do palestrante. Ele trabalhou estes pontos em que chamou de habilidades.

domingo, 26 de outubro de 2025

Entre o amor e o desterro: as liras eternas de Marília de Dirceu!

 


Obra Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga

Em duas idas recentes a Ouro Preto, acompanhando alunos em excursões educativas, detive-me diante da antiga casa onde viveu Tomás Antônio Gonzaga, e ali, diante das janelas coloniais, reviveu-se em mim a ternura e a dor de Marília de Dirceu. Não há como passar por aquele cenário e não sentir o eco do amor entre Tomaz Antônio Gonzaga e Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, a inspiradora Marília — nascida e falecida em Vila Rica, que se tornou símbolo da delicadeza e da fidelidade amorosa no século XVIII.

Reabrir o livro Poemas de Marília de Dirceu é viajar no tempo, mergulhar na alma do Arcadismo brasileiro, com sua busca da harmonia entre a simplicidade pastoral e o sentimento humano. Gonzaga, sob o pseudônimo de Dirceu, fala à amada com doçura e sensatez, mas também com o peso da saudade e da prisão — as mesmas pedras frias que guardaram seu corpo no cárcere e seu espírito no desterro de Moçambique, onde morreu em 1810.

A edição histórica que examinei revela não apenas o lirismo das odes, mas o contexto humano de um poeta que foi amante, magistrado e inconfidente. Cada verso é testemunho de um amor interrompido pela repressão colonial, mas eternizado pela arte. Em suas liras, o “guardador de sentimentos” transforma o sofrimento em beleza, o exílio em canto, e o amor em eternidade.

Reler Marília de Dirceu, todo dia um pouco à mesa de um café, é como ouvir o murmúrio da voz de Gonzaga misturada ao vento das ladeiras de Vila Rica. Um lembrete de que a poesia, mesmo nascida da dor, é sempre o refúgio mais doce da alma.

Visão dos fundos

Visão dos janelões - a Igreja que a gente vê é a de São Francisco - de Aleijadinho, ali próximo está a feira de pedra. 



Visão dos fundos

Outro recorte da frente da casa.

Casa de Tomás Antônio Gonzaga -Rua Cláudio Manoel, 61 - Centro de Ouro Preto. A construção do século XVIII, em estilo colonial, é a casa na qual residiu o poeta Tomás Antônio Gonzaga – inconfidente das Minas Gerais – entre os anos de 1782 a 1788, quando se tornou ponto de encontro dos líderes da Inconfidência Mineira. Gonzaga é autor de uma das mais conhecidas histórias de amor da literatura quando, utilizando o pseudônimo Dirceu, escreveu belos e famosos poemas para sua musa inspiradora Maria Dorotéia, conhecida como Marília de Dirceu, alcunha que dá título à obra.Hoje o imóvel abriga a sede da Secretaria Municipal de Turismo Indústria e Comércio de Ouro Preto, além de exposições temporárias. O gramado nos fundos da casa é objeto de um cuidado excepcional e sua localização proporciona uma bela panorâmica do Pico do Itacolomi. No quintal, o visitante encontra também um tanque que era utilizado pelos escravos.