Bullying

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

O Gestor Escolar e a Coragem de Pensar em Tempos de Superficialidade


O Gestor Escolar e a Coragem de Pensar em Tempos de Superficialidade

Vivemos em uma era ruidosa, marcada pelo excesso de informações, estímulos e comparações. O vídeo “Por que o mundo moderno exalta a estupidez – A morte da sabedoria” nos provoca a refletir sobre como o esvaziamento simbólico e a cultura do espetáculo afetam a nossa capacidade de pensar criticamente.
No contexto escolar, essa reflexão encontra terreno fértil. A escola é, por excelência, o espaço da escuta, da dúvida e da formação da consciência. Contudo, o gestor escolar, imerso em um cotidiano de demandas burocráticas, urgências e expectativas de resultados, pode facilmente ser tragado pela lógica do imediatismo e da performance.

O papel do gestor, nesse cenário, é de resistência. Resistir à superficialidade é um ato político e pedagógico. É escolher o caminho da profundidade, mesmo quando ele não brilha. O gestor que pensa e promove o pensamento — em si, nos professores e nos alunos — cumpre uma função essencial: preservar o sentido da educação como formação humana.

Em tempos em que o “curtir” parece valer mais que o “compreender”, cabe ao gestor ser o guardião do silêncio fecundo, aquele que permite o florescimento da sabedoria. Ele precisa criar espaços de diálogo, de leitura significativa, de reflexão coletiva. O gestor corajoso é aquele que desacelera para ouvir, que duvida para aprender, que lidera pelo exemplo da consciência.

Porque, no fim, como ensina o vídeo, o que nos salva não é o que nos distrai — é o que nos transforma. E a escola, quando conduzida por líderes conscientes, pode ser exatamente esse espaço de transformação e reencontro com a essência do humano.

REFERÊNCIA :
A PSIQUE. Por que o mundo moderno exalta a estupidez – A morte da sabedoria. YouTube, 20 jul. 2025. Disponível em: https://youtu.be/vJWKomYuRSg?si=DIos_mBSb7SAtKjr. Acesso em: 5 nov. 2025.

domingo, 2 de novembro de 2025

Reflexão para o Dia de Finados – 02 de novembro de 2025!

Reflexão para o Dia de Finados – 02 de novembro de 2025

(Evangelho: Jo 11,17-27)

“O mistério do amor é mais profundo que o mistério da morte”, dizia Oscar Wilde. Hoje, ao recordarmos nossos entes queridos, o Evangelho de João nos convida a contemplar o amor de Cristo que vence a morte. Jesus declara: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá.” Nessa promessa está a raiz da nossa esperança e da nossa imortalidade.

Quando amamos, tornamo-nos participantes dessa vida eterna. Amar é resistir à morte, como lembra François Mauriac: “Quando a gente ama alguém, se está necessariamente contra a morte.” O amor é o que permanece quando tudo o mais se desfaz. É a chama que continua acesa nos corações daqueles que ficaram.

Hoje, muitos levam flores aos túmulos. Esse gesto, simples e sagrado, é um modo de dizer: “Tu vives em mim, porque te amei.” Como ensina Tagore, “Os mortos se imortalizam pela fama; os vivos se imortalizam pelo amor.”

Quem ama, eterniza. Quem ama, ressuscita com Cristo. Que nossas flores sejam sinais desse amor que não morre — sementes de eternidade plantadas na esperança da Ressurreição. 🌹✝️

BIBLIOGRAFIA:

LUIZ, Carlos (Organizador). A maravilhosa arte de amar. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.

ISBN 978-85-326-2998-2.

As citações transcritas (de Oscar Wilde, André Maurois, François Mauriac, Chiara Lubich, entre outros) foram extraídas desta coletânea organizada por Luiz Carlos, publicada pela Editora Vozes.

sábado, 1 de novembro de 2025

Produção do Ouro e População em Ouro Preto.

 



A imagem mostra dados históricos sobre a produção de ouro no século XVIII e a composição social de Minas Gerais em 1786, período em que Vila Rica (atual Ouro Preto) era o centro econômico, político e cultural do Brasil colonial.
Vamos examinar e interpretar todos os elementos do gráfico, relacionando-os com a realidade de Vila Rica.


🪙 1. Produção de ouro no século XVIII

📊 Crescimento e auge

O gráfico mostra o aumento contínuo da produção de ouro entre 1705 e 1754, com o pico em 1749–1754, atingindo cerca de 15,8 toneladas por ano.
Nesse período, Vila Rica se consolidou como o principal centro minerador e administrativo da colônia, sendo responsável pela maior parte da produção representada no gráfico em amarelo (cor que indica Minas Gerais).

➡️ Entre 1720 e 1760, Vila Rica liderava a extração aurífera:

  • Era sede da Casa de Fundição, onde o ouro bruto era transformado em barras com o selo real e onde se cobrava o imposto do quinto (20%).

  • Abrigava a administração da Capitania, o governo colonial e o Senado da Câmara, órgãos que fiscalizavam a mineração.

  • Tornou-se também o centro de decisões políticas e o coração da vida urbana colonial.


⚖️ Declínio

Após 1754, o gráfico mostra uma queda gradual da produção de ouro, caindo para menos de 5 toneladas em 1799.
Esse declínio teve impactos diretos sobre Vila Rica:

  • A diminuição das jazidas e o esgotamento das minas superficiais levaram ao empobrecimento da população.

  • A derrama (cobrança forçada dos impostos atrasados) gerou revolta popular, culminando na Inconfidência Mineira (1789), planejada justamente em Vila Rica.

  • A cidade manteve, porém, sua importância administrativa e cultural, com forte presença de artistas, religiosos e intelectuais.


🧭 Regiões produtoras

O gráfico também mostra que:

  • Minas Gerais sempre foi a maior produtora (barras amarelas);

  • Goiás e Mato Grosso (em tons laranja e vermelho) tiveram menor participação, e sua mineração começou mais tarde, após a descoberta do ouro no centro-sul mineiro.
    Assim, Vila Rica foi o modelo e o ponto de partida da expansão mineradora no interior do Brasil.


👥 2. População de Minas Gerais em 1786

O gráfico demográfico mostra uma sociedade profundamente desigual, que também se refletia em Vila Rica.

📈 Composição geral

  • População total: 363 mil pessoas (o dobro do registrado em 1742).

  • Desses, 189 mil eram livres ou forros, e 174 mil eram escravizados.
    Essa divisão revela o peso da mão de obra africana e afrodescendente na economia aurífera.


Distribuição social

O gráfico divide os grupos por cor e tamanho:

🟤 Negros escravizados – 106 mil

  • Representavam a base do trabalho minerador em Vila Rica e outras vilas.

  • Trabalhavam nas minas, nos serviços domésticos e nas construções das igrejas e casarões.

  • Suas condições de vida eram extremamente precárias, e muitos morreram nas minas devido à exaustão e aos desabamentos.

🟫 Pardos – 42 mil (livres e escravizados)

  • Muitos eram filhos de relações entre brancos e negros, vivendo como artesãos, tropeiros ou pequenos comerciantes.

  • Em Vila Rica, atuavam nas corporações de ofício e integravam irmandades religiosas, como as de Nossa Senhora do Rosário e de São José.

Brancos – cerca de 116 mil (livres)

  • Incluíam os funcionários da Coroa, padres, militares, artistas e comerciantes.

  • Formavam a elite urbana e religiosa que financiava igrejas e vivia dos lucros da mineração.

  • Essa elite construiu em Vila Rica um cenário de ostentação artística, refletido na arquitetura barroca e no patrocínio das ordens religiosas.


👨🏾‍🏭 Homens e mulheres

O gráfico mostra mais homens do que mulheres, principalmente entre os escravizados, já que o trabalho nas minas exigia força física.
Entretanto, as mulheres — brancas, negras e pardas — tiveram papel social relevante:

  • As brancas lideravam as devoções religiosas e geriam os lares.

  • As negras e forras atuavam como vendedoras, quitandeiras e lavadeiras, compondo uma parte essencial da economia local.


🏛️ 3. Interpretação geral para Vila Rica (Ouro Preto)

🔶 Riqueza e Contradição

Vila Rica, no auge do ciclo do ouro, foi uma cidade de extremos:

  • Riquíssima em arte, fé e cultura, mas profundamente marcada pela escravidão, desigualdade e controle da Coroa.

  • O esplendor de suas igrejas e palácios contrastava com o sofrimento dos mineradores.

🧱 Legado histórico

Essa riqueza sustentou:

  • A construção das obras barrocas, com destaque para Aleijadinho e Mestre Ataíde.

  • O florescimento da identidade mineira, que unia fé, trabalho e resistência.

  • A emergência da consciência política, expressa na Inconfidência Mineira.

⚙️ Declínio e transformação

Mesmo com a queda da produção, Vila Rica manteve sua importância como:

  • Centro administrativo da Capitania;

  • Símbolo da memória nacional, sendo tombada no século XX como Patrimônio Cultural da Humanidade (UNESCO, 1980).


🧭 Síntese Final

Aspecto Situação em Vila Rica (Ouro Preto) no século XVIII
Economia Baseada na extração de ouro e controle fiscal da Coroa.
População Predomínio de escravizados e mestiços; sociedade urbana diversificada.
Cultura Barroco mineiro: igrejas ricamente decoradas e música sacra.
Política Sede do governo da Capitania; centro da Inconfidência Mineira.
Transformação Após o esgotamento das minas, tornou-se centro histórico e cultural.

🗺️ Minas Gerais no auge da mineração (século XVIII)

Explicação detalhada e didática sobre o mapa “Minas Gerais no auge da mineração”, com foco especial nas situações e temas relacionados à cidade de Vila Rica, hoje Ouro Preto, apresentada em formato de guia histórico-interpretativo para fins educacionais.


🗺️ Minas Gerais no auge da mineração (século XVIII)

O mapa mostra o período de maior prosperidade da Capitania de Minas Gerais — entre os séculos XVII e XVIII —, quando o ouro e os diamantes foram descobertos e explorados intensamente, alterando profundamente a economia, a sociedade e a geografia política do Brasil colonial.


🏙️ Vila Rica (atual Ouro Preto): o coração do ciclo do ouro

📍 Localização e importância

Vila Rica, hoje Ouro Preto, aparece no mapa como centro político e econômico da Capitania de Minas Gerais. Situava-se na Comarca de Vila Rica, rodeada por outras regiões mineradoras como Sabará, Rio das Mortes e Serro do Frio.

Ela tornou-se o principal núcleo urbano e administrativo do ciclo do ouro, concentrando:

  • Casas de fundição, onde o ouro era derretido e transformado em barras oficiais, com o imposto do “quinto” cobrado pela Coroa Portuguesa;

  • Estradas de escoamento do ouro até o litoral, em direção ao Rio de Janeiro e Parati;

  • Igrejas barrocas e casarões que simbolizavam o poder e a religiosidade da elite colonial.


💰 A rota do ouro e as conexões de Vila Rica

O mapa mostra diversas estradas coloniais, conhecidas como “Caminhos do Ouro”, que ligavam as minas ao porto do Rio de Janeiro:

  • Caminho Velho: ligava Ouro Preto a Parati, passando por Taubaté e São Paulo.

  • Caminho Novo: traçado mais direto até o Rio de Janeiro, consolidado no século XVIII.
    Essas rotas eram vitais para transportar o ouro e os diamantes sob rígido controle da Coroa.

O Rio das Velhas, Rio Doce e Rio Paraopeba eram pontos de referência natural e vias complementares para transporte e abastecimento.


⚒️ Comarcas e organização administrativa

O mapa divide Minas Gerais em quatro grandes Comarcas, que eram divisões administrativas e judiciais criadas pela Coroa Portuguesa:

  1. Comarca do Rio das Mortes – com centro em São João del-Rei;

  2. Comarca de Sabará – área de intensa extração aurífera;

  3. Comarca do Serro do Frio – região dos diamantes (Diamantina);

  4. Comarca de Vila Rica – a mais poderosa, sede do Governo da Capitania.

Vila Rica sediava o Palácio dos Governadores, o Senado da Câmara (prefeitura da época) e os principais órgãos de controle da mineração.


⛏️ A mineração e o controle da Coroa

A exploração do ouro foi rigidamente controlada. O mapa indica:

  • Casas de fundição: onde o ouro era fundido e carimbado com o selo real (símbolo de poder e arrecadação).

  • Feiras e Casas da Moeda: presentes em Vila Rica, Sabará e Rio de Janeiro.

  • Rotas de contrabando: linhas de conexão clandestinas usadas para escapar do fisco real.

A economia girava em torno do quinto — imposto de 20% sobre todo ouro extraído — e da derrama, cobrança forçada das dívidas com a Coroa, que gerou revoltas como a Inconfidência Mineira (1789), liderada por Tiradentes e sediada justamente em Vila Rica.


⚔️ Conflitos e repressões

O mapa mostra o ícone das Batalhas da Guerra dos Emboabas (1708–1709) — conflito entre paulistas e forasteiros (emboabas) pelo controle das minas.
A vitória dos emboabas levou à criação da Capitania de Minas Gerais, separada da de São Paulo, com Vila Rica como capital.


Aspectos sociais e culturais

Em Vila Rica floresceu a arte barroca e rococó mineira, com destaque para:

  • Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) – escultor e arquiteto das igrejas de São Francisco de Assis e Pilar.

  • Mestre Ataíde – pintor dos tetos e painéis sacros.
    Essas manifestações artísticas simbolizavam o poder espiritual e econômico da elite mineradora, mas também a devoção do povo.


⚖️ Desigualdade e escravidão

Por trás do esplendor de Vila Rica havia uma realidade de trabalho escravo intenso, com milhares de africanos trazidos à força para extrair ouro e erguer as construções.
O mapa destaca as regiões quilombolas, como o Quilombo do Campo Grande, onde escravizados fugidos resistiam à repressão colonial.


🧭 Síntese interpretativa: Vila Rica no contexto do mapa

  1. Centro administrativo – capital da Capitania e sede do governo colonial.

  2. Coração econômico – principal produtora e arrecadadora do ouro da colônia.

  3. Marco cultural – berço do barroco mineiro e da Inconfidência Mineira.

  4. Símbolo da desigualdade social – opulência das elites contrastando com o sofrimento escravo.

  5. Ponto estratégico – entroncamento das rotas do ouro e das comunicações com o litoral.

🕍 Igrejas e Capelas de Ouro Preto

Guia, com todas as igrejas e capelas de Ouro Preto apresentadas com detalhes históricos, arquitetônicos e pedagógicos, ideal para ser usada como material de apoio escolar durante aulas ou visitas educativas.


🕍 Igrejas e Capelas de Ouro Preto

O barroco mineiro que revela fé, arte e história

Ouro Preto é uma verdadeira galeria a céu aberto do barroco e rococó brasileiros. Suas igrejas, erguidas entre os séculos XVIII e XIX, guardam não apenas a devoção religiosa, mas também o talento de artistas como Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho) e Manuel da Costa Ataíde (Mestre Ataíde). Cada templo conta uma parte da história da fé, da escravidão, da arte e da luta pela liberdade em Minas Gerais.


1️⃣ Igreja de São Francisco de Assis

📍 Largo de Coimbra – Centro (E4 no mapa)
Obra-prima do barroco mineiro, projetada por Aleijadinho e decorada por Mestre Ataíde. Sua fachada é uma das mais belas do Brasil, com esculturas em pedra-sabão. O teto da nave principal traz o famoso painel da “Assunção da Virgem”, pintado com cores vibrantes e tons suaves, típicos do rococó.
👉 Curiosidade: É considerada o símbolo máximo da arte colonial mineira e um dos cartões-postais de Ouro Preto.


2️⃣ Igreja Nossa Senhora do Pilar

📍 Praça Monsenhor João Castilho Barbosa – Pilar (E4)
É uma das igrejas mais ricas em ouro do país, com mais de 400 kg usados em sua decoração interna. Representa o auge do barroco, com retábulos dourados, colunas torcidas e imagens de anjos em atitude de adoração.
👉 Curiosidade: Foi construída em 1733 e sua irmandade era formada por brancos abastados. No subsolo, há um museu de arte sacra com objetos litúrgicos coloniais.


3️⃣ Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos

📍 Rua Getúlio Vargas – Bairro Rosário (D3)
Construída pela Irmandade dos Homens Pretos, é uma das mais importantes expressões da religiosidade afro-brasileira. Seu formato oval e inovador a distingue das demais igrejas da época.
👉 Curiosidade: Erguida por escravos e libertos, foi o único templo onde eles podiam celebrar sua fé livremente.


4️⃣ Igreja Nossa Senhora do Carmo

📍 Rua Brigadeiro Musqueira – Centro (E4)
Com fachada de Aleijadinho e talha de Manuel Francisco Lisboa, esta igreja representa a transição do barroco para o rococó. O interior é elegante, com pinturas e esculturas que expressam serenidade e equilíbrio.
👉 Curiosidade: Está ao lado da Igreja de São Francisco de Assis, formando um dos conjuntos artísticos mais belos da cidade.


5️⃣ Igreja Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias

📍 Praça Antônio Dias (E4)
Uma das mais antigas de Ouro Preto, concluída em 1727. Aqui estão os restos mortais de Aleijadinho. Seu interior combina simplicidade e imponência, e abriga o Museu Aleijadinho, que guarda esculturas e ferramentas do artista.
👉 Curiosidade: Foi a primeira igreja construída com a participação de Aleijadinho e de seu pai, Manuel Francisco Lisboa.


6️⃣ Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões

📍 Rua Padre Rolim – Centro (E4)
Construída pela Irmandade das Mercês e Perdões, apresenta estilo rococó, com fachada simétrica e torres elegantes. O interior tem imagens de Cristo e da Virgem que simbolizam o perdão e a misericórdia.
👉 Curiosidade: Possui uma das vistas mais bonitas do Centro Histórico.


7️⃣ Igreja Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia

📍 Rua Conde de Bobadela (Rua Direita) – Centro (E4)
Também chamada de Mercês de Cima, é mais simples que a anterior, mas guarda expressiva riqueza artística. Seu altar principal tem a imagem de Nossa Senhora das Mercês, ladeada por anjos e querubins.
👉 Curiosidade: Era mantida por irmandades femininas e dedicada à assistência aos pobres e enfermos.


8️⃣ Igreja de São José

📍 Rua Teixeira Amaral – Centro (E4)
Pequena e acolhedora, tem um dos mais belos altares rococós da cidade, pintado por Mestre Ataíde. É símbolo da devoção simples e sincera das famílias ouro-pretanas.
👉 Curiosidade: Ainda hoje é bastante procurada para celebrações e casamentos.


9️⃣ Capela de São João Batista

📍 Rua São José – Centro (E4)
Edificação singela, mas carregada de simbolismo. Representa a fé popular e o esforço das pequenas comunidades em manter viva a tradição cristã.
👉 Curiosidade: Seu interior guarda imagens antigas e uma pequena pia batismal original do século XVIII.


🔟 Basílica de Nossa Senhora do Pilar

📍 Mesmo endereço da Igreja do Pilar (E4)
Reconhecida como Basílica Menor, título concedido pelo Vaticano, é o principal templo católico de Ouro Preto. As missas e celebrações mantêm o esplendor da tradição barroca.
👉 Curiosidade: Sua música sacra é considerada Patrimônio Cultural de Minas Gerais.


Atividade de reflexão para alunos

  • Observe as fachadas e compare os estilos das igrejas.

  • Quais elementos se repetem? (torres, frontões, esculturas, ouro, anjos...)

  • O que cada igreja nos ensina sobre o papel da fé e da arte na história do Brasil?

  • Que sentimentos surgem ao entrar em um espaço tão antigo e preservado?


💡 Sugestão pedagógica para professores

Durante a visita ou estudo:

  • Divida os alunos em grupos e atribua a cada grupo uma igreja para pesquisar e apresentar.

  • Estimule a produção de desenhos, maquetes ou textos poéticos inspirados na arte barroca.

  • Promova uma roda de conversa sobre o legado de Aleijadinho e Mestre Ataíde como símbolos da criatividade e resistência brasileira.

Fortalecer os músculos emocionais na “academia escolar”!

Fortalecer os músculos emocionais na “academia escolar”

Pendurado próximo aos meus livros, o quadro com a frase “Os músculos emocionais se fortalecem nas batalhas da vida” me inspira diariamente. Ele me faz pensar que a escola é, em essência, uma grande academia da alma — um espaço onde professores, alunos e gestores exercitam não apenas o intelecto, mas também as emoções.

Criar músculos emocionais no ambiente escolar significa aprender a lidar com frustrações, diferenças, erros e desafios cotidianos sem perder o entusiasmo de recomeçar. As batalhas da vida escolar são muitas: o aluno que enfrenta dificuldades de aprendizagem, o professor que busca motivar uma turma desinteressada, o gestor que precisa manter o equilíbrio em meio a demandas e pressões.

Fortalecer professores e alunos é oferecer apoio, escuta, empatia e oportunidades de crescimento. É criar um ambiente que valorize o esforço, celebre pequenas conquistas e transforme o erro em aprendizado.

Cabe ao gestor escolar ser o treinador dessa “academia”, aquele que estimula o exercício da resiliência, da colaboração e da esperança. Porque, assim como o corpo se fortalece com treino e disciplina, a alma educadora se fortalece nas práticas diárias que transformam o desafio em superação e a convivência em aprendizado. 💛


sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Nota de Falecimento – Maria Aparecida Barreiros dos Santos!

Nota de Falecimento – Maria Aparecida Barreiros dos Santos

“Quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor.” (Rm 14,8)

Com profunda fé na Ressurreição, comunicamos o falecimento de Maria Aparecida Barreiros dos Santos, nascida em 13 de março de 1969 e falecida em 31 de outubro de 2025. O velório está acontecendo na Funerária São Sebastião, onde familiares e amigos se reúnem para elevar a Deus orações de gratidão por sua vida e consolo pela sua partida.

Maria Aparecida parte deixando o esposo Ronaldo, o filho Roney, suas irmãs Professora Terezinha, Maria Dilma, Maria José e o irmão Emanuel Fernando, além de muitos amigos e pessoas que receberam dela gestos de carinho, simplicidade e fé.

Como ensina o salmista: “Setenta anos é o total de nossa vida... passam depressa e desaparecemos.” (Sl 89,10). A morte, porém, não apaga a vida; ela a eterniza. Quem viveu unida a Deus, amando e servindo, permanece viva Nele.

Que a esperança cristã console os corações e renove em todos a certeza de que “agora é o tempo da salvação” (1Cor 6,2). Maria Aparecida descansa na paz de Cristo, e sua vida, marcada pela fé, é semente de eternidade no coração dos que a amaram. ✝️

📸 Veja um álbum com muitas imagens de Maria Aparecida, lembrando com ternura os momentos de alegria, amizade e fé que ela deixou entre nós.

https://photos.app.goo.gl/Pt8RCARPhMnou9K7A

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Prefeito Nanayoski valoriza liderança escolar e sanciona Lei que corrige vencimentos dos gestores da Educação Municipal!


Prefeito Nanayoski valoriza liderança escolar e sanciona Lei que corrige vencimentos dos gestores da Educação Municipal.

Carlos Chagas, MG — Em mais um avanço da gestão voltada à valorização dos profissionais da educação, o Prefeito José Amadeu Nanayoski Tavares sancionou e promulgou a Lei Complementar nº 2266/2025, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 2.145/2022, referente ao Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração da Secretaria Municipal de Educação de Carlos Chagas.

A nova legislação tem como objetivo tornar o cargo de gestor escolar mais atrativo, promovendo justiça salarial e reconhecimento à complexidade da função de direção nas escolas públicas municipais.

💼 Reconhecimento e valorização da liderança escolar

De acordo com o texto da lei, o vencimento do Diretor Escolar passa a ter como parâmetro o equivalente a dois vencimentos básicos do Professor PEB I – Superior, reconhecendo que o cargo integra o magistério. Com isso, qualquer reajuste concedido aos professores refletirá automaticamente no vencimento dos diretores, vice-diretores e coordenadores escolares.

A tabela aprovada estabelece os seguintes valores de referência:

Cargo Vencimento (R$) Observações
Coordenador Escolar 4.284,00 Em creches e escolas com até 100 alunos
Diretor Escolar I 5.355,00 Em creches e escolas de 100 a 200 alunos
Diretor Escolar II 5.950,00 Em creches e escolas com mais de 200 alunos
Vice-Diretor Escolar II Vencimento básico do Professor PEB I – Superior

Esses valores são vinculados às mesmas percentagens de aumento aplicadas ao vencimento dos professores, assegurando reajustes automáticos e proporcionais.

🏫 Gestão democrática e autonomia escolar

A medida representa um ato de reconhecimento ao papel estratégico que os gestores escolares exercem. Mais do que administrar rotinas, eles são líderes comunitários, articuladores pedagógicos e responsáveis diretos pela gestão de pessoas, patrimônio, finanças e resultados educacionais.

Em um momento em que o país discute a ampliação da autonomia das escolas e o fortalecimento da gestão democrática, a iniciativa da Prefeitura de Carlos Chagas reafirma a importância do gestor como peça central na construção da qualidade social da educação pública.

🗓️ Publicação

A Lei Complementar nº 2266/2025, sancionada em 24 de outubro de 2025, já está em vigor e pode ser consultada na íntegra pelo link:

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Salas de Aprendizagem fortalecem a implementação da Busca Ativa Escolar.

Salas de Aprendizagem fortalecem a implementação da Busca Ativa Escolar.

A iniciativa Salas de Aprendizagem – Diálogo e Formação Continuada está promovendo encontros virtuais voltados a gestores, técnicos e profissionais da educação que atuam na implementação da estratégia Busca Ativa Escolar em municípios e estados brasileiros.

O projeto, fruto da parceria entre UNICEF, UNDIME, CONASEMS e CONGEMAS, oferece um espaço permanente de formação e atendimento direto, onde as equipes podem tirar dúvidas, aprimorar o uso da plataforma e aprofundar o entendimento sobre a metodologia.

As Salas de Aprendizagem funcionam de segunda a quinta-feira, nos turnos da manhã (8h15 e 10h) e da tarde (13h15 e 15h), por meio de encontros realizados no Google Meet.

Cada sala conta com o acompanhamento de tutoras especializadas que apresentam materiais, orientações e estratégias de uso da plataforma. Além dos momentos formativos, há plantões tira-dúvidas, realizados de segunda a quarta-feira à tarde e às quintas-feiras pela manhã, voltados à resolução de questões práticas e à troca de experiências entre os participantes.

A programação semanal é fixa, abordando temas como metodologia da Busca Ativa Escolar, registro de alertas e casos, cancelamentos e transferências, organização dos usuários e aperfeiçoamento do uso da plataforma.

Segundo o UNICEF, a proposta das Salas de Aprendizagem é garantir o diálogo permanente e o fortalecimento da estratégia, que tem como principal objetivo identificar, registrar e acompanhar crianças e adolescentes fora da escola, contribuindo para a efetivação do direito à educação em todo o país.

Participação de Carlos Chagas

O município de Carlos Chagas participa ativamente dos encontros virtuais, reafirmando o compromisso da Secretaria Municipal de Educação, sob a gestão de Deodato Gomes Costa, com a implementação qualificada da Busca Ativa Escolar.

A equipe municipal tem aproveitado os espaços de formação para aperfeiçoar o uso da plataforma, fortalecer a articulação intersetorial entre educação, saúde e assistência social, e garantir que nenhuma criança ou adolescente fique fora da escola.

“Esses encontros podem ser momentos de aprendizado coletivo, que nos ajudam a aprimorar a política local de combate à evasão escolar e a assegurar o direito à aprendizagem para todos”, destacou o secretário.

📰 Prefeitura de Carlos Chagas publica decreto com feriados e pontos facultativos de 2025!

 📰 Prefeitura de Carlos Chagas publica decreto com feriados e pontos facultativos de 2025

A Prefeitura Municipal de Carlos Chagas (MG) divulgou oficialmente o Decreto nº 144/2024, que dispõe sobre os feriados e pontos facultativos do ano de 2025 no município. O documento foi assinado pelo prefeito José Amadeu Nanayoski Tavares em 27 de novembro de 2024, e estabelece o calendário oficial a ser seguido pelos órgãos e entidades da Administração Pública Municipal, direta e indireta.

O decreto leva em consideração a Lei Federal nº 10.607/2002, que define os feriados nacionais; a Lei Federal nº 14.759/2023, que reconhece o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra como feriado nacional; e a Lei Municipal nº 791/1979, que trata dos feriados religiosos e municipais de Carlos Chagas.


🗓️ Calendário de Feriados e Pontos Facultativos – 2025

Entre as principais datas previstas, destacam-se:

  • 1º de janeiro (quarta-feira) – Confraternização Universal (feriado nacional)

  • 20 de janeiro (segunda-feira) – Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade (feriado municipal)

  • 3, 4 e 5 de março – Carnaval (pontos facultativos e Quarta-feira de Cinzas)

  • 18 de abril (sexta-feira) – Paixão de Cristo (feriado nacional)

  • 21 de abril (segunda-feira) – Tiradentes (feriado nacional)

  • 1º de maio (quinta-feira) – Dia do Trabalho (feriado nacional)

  • 19 de junho (quinta-feira) – Corpus Christi (feriado municipal)

  • 7 de setembro (domingo) – Independência do Brasil (feriado nacional)

  • 12 de outubro (domingo) – Nossa Senhora Aparecida (feriado nacional)

  • 28 de outubro (terça-feira) – Dia do Servidor Público (ponto facultativo municipal)

  • 2 de novembro (domingo) – Finados (feriado nacional)

  • 15 de novembro (sábado) – Proclamação da República (feriado nacional)

  • 20 de novembro (quinta-feira) – Dia Nacional da Consciência Negra (feriado nacional)

  • 17 de dezembro (quarta-feira) – Aniversário de Emancipação Política de Carlos Chagas (feriado municipal)

  • 25 de dezembro (quinta-feira) – Natal (feriado nacional)


⚙️ Serviços Essenciais e Rede de Ensino

O Art. 2º do decreto assegura o funcionamento, em regime de plantão, dos serviços essenciais — como saúde, transporte, vigilância, defesa civil, fiscalização e manutenção de praças e jardins — durante os dias de ponto facultativo, conforme escalas definidas pelos responsáveis de cada setor.

Já o Art. 3º determina que a rede municipal de ensino seguirá o calendário escolar aprovado pelo Conselho Municipal de Educação, preservando o cumprimento dos 200 dias letivos previstos pela legislação educacional.


🏛️ Objetivo e Vigência

De acordo com o prefeito José Amadeu Nanayoski Tavares, o decreto tem como objetivo “organizar o funcionamento da administração pública municipal, garantir a transparência e assegurar o cumprimento das legislações federal e municipal referentes aos feriados oficiais”.

O Decreto nº 144/2024 entra em vigor na data de sua publicação, e revoga quaisquer disposições em contrário.


📍Prefeitura Municipal de Carlos Chagas
Avenida Capitão João Pinto, 193 – Centro
CEP 39864-000 – CNPJ 18.477.315/0001-90

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

A Grande Arte de se Reinventar — Reflexões sobre o 1º Pilar: A Percepção!

Fotos da palestra: https://photos.app.goo.gl/gVfzdp3Pg35e7A1n9

A Grande Arte de se Reinventar — Reflexões sobre o 1º Pilar: A Percepção

Recentemente participei de uma palestra inspiradora com Leo Chaves, da dupla Victor & Leo — sim, o irmão de Victor. O tema não poderia ser mais instigante: “A Grande Arte de se Reinventar”.
Durante sua fala, Leo apresentou sete habilidades que, segundo ele, podem transformar a vida pessoal e profissional de qualquer pessoa: Percepção, Aceitação, Direção, Perseverança, Conexão, Gestão e Marca.

O público, formado em sua maioria por professores, se envolveu completamente. Leo consegue unir emoção, sensibilidade e método ao falar de autoconhecimento e reinvenção. Sua forma simples e ao mesmo tempo profunda de apresentar cada pilar tocou a todos nós. O que mais me encantou foi perceber o quanto essas habilidades, quando trabalhadas conscientemente, revolucionam não apenas os negócios de uma pessoa, mas nossa própria existência.

Após a palestra, comprei o livro que leva o mesmo nome da apresentação — “A Grande Arte de se Reinventar”, com prefácio de ninguém menos que Leandro Karnal. Leitura indispensável!
Comecei pelo primeiro pilar — a Percepção, e confesso: ele é um verdadeiro convite ao mergulho interior.


1º Pilar – Percepção

“Podemos dizer que a percepção é a capacidade de identificar de forma competente a leitura de si mesmo e do que está à sua volta.”

A partir dessa afirmação, Leo nos conduz por um texto que é quase uma meditação guiada sobre o autoconhecimento. Ele explica que estamos sempre cercados de oportunidades para exercitar essa habilidade — nas pequenas e nas grandes situações do cotidiano. A habilidade perceptiva potencializa nossa caminhada e nos ajuda a administrar pensamentos e emoções, construindo relações mais equilibradas conosco mesmos, com os outros e com o universo.

Segundo o autor, a autopercepção leva ao autoconhecimento. E, sob a ótica comportamental, existem dois tipos de mentes:

  • Mentes progressivas, que agem com atitude e aprendem com a vida, mesmo diante das derrotas;

  • Mentes regressivas, que acreditam que nada pode mudar e se acomodam no conforto da inércia.

Para reinventar-se, é preciso começar a se identificar e se compreender no dia a dia, fugindo do automatismo e aprendendo a refletir sobre os próprios pensamentos e reações. Vivemos muito voltados para o externo, presos a convenções sociais e distraídos daquilo que realmente importa — o que acontece dentro de nós.

Leo provoca o leitor: “Você se conhece profundamente ou vive apenas na superfície do seu ser?”
Ele nos lembra que as emoções são sinais de trânsito da alma. Ignorá-las é como trafegar sem atenção, correndo o risco de colidir.

Percepção, portanto, é observar-se com atenção. É manter os sentidos despertos para perceber não só o mundo, mas também as nuances do nosso interior. Observar sem julgar, apenas refletindo, é um exercício diário que amplia a consciência e abre caminhos para o desenvolvimento pessoal.

O autor propõe um exercício simples e poderoso:

“Anote as reações negativas das quais você quer se desfazer. Depois, reflita sobre as emoções e sentimentos por trás delas. Esse processo o conduzirá a um maior autoconhecimento.”

Leo compartilha que ele próprio praticou esse exercício por meses, até conseguir identificar padrões nocivos e modificá-los.
Ele afirma com sabedoria:

“Você só domina aquilo que percebe, identifica e conhece.”


A Coruja e o Olhar Ampliado

A coruja, símbolo da Habilidade Revolucionária, representa a prática da percepção. Ela enxerga em 360 graus, não perde detalhes e é capaz de ver o que está oculto.
Ao adotar o olhar da coruja, somos convidados a enxergar espiritualmente, emocionalmente e racionalmente o que nos cerca — e, acima de tudo, a observar criticamente nossa conduta, o que nos permite alcançar equilíbrio e transformação interior.


Percepção e Conflitos Internos

Leo nos mostra que os conflitos internos são convites para o autoconhecimento.

“Aquilo que gera conflito dentro de nós é um convite para nos conhecermos mais.”

Muitas vezes tentamos varrer os problemas para debaixo do tapete, acreditando que assim eles deixam de existir. Mas a poeira continua ali, nos impedindo de caminhar com leveza.
O autor nos encoraja a abraçar nossos conflitos em vez de fugir deles, pois são eles que nos fortalecem e nos impulsionam a crescer.

Ele escreve:

“Os êxitos são importantes para nos reconhecermos, mas é necessário visitar nossas escuridões mais íntimas. É por meio delas que nos percebemos mais profundamente.”

Acender a luz interior é um compromisso com o desenvolvimento da percepção — é o início da verdadeira transformação.


Percepção e Relações Humanas

Leo vai além: mostra que a percepção é essencial também nas relações humanas.
Ter autopercepção nas relações é compreender que cada pessoa é um universo diferente. Em um relacionamento, por exemplo, é preciso perceber a si mesmo e também reconhecer a consciência do outro.

Ele lembra: “Podemos conhecer tudo, menos a consciência do outro.”
Por isso, a autopercepção é o ponto de partida para relações mais maduras e empáticas.

Toda pessoa é uma ponte: algumas nos levam a lugares de paz, outras a aprendizados dolorosos. O segredo é perceber o que cada uma representa e atravessar com sabedoria.


Reflexão Final

Ao ler e refletir sobre este primeiro pilar, percebi o quanto a percepção é o alicerce da reinvenção.
Ela exige treino, sensibilidade e coragem para olhar para dentro.
A leitura de Leo Chaves é um convite para despertarmos nossa consciência, limpando as lentes pelas quais enxergamos o mundo e a nós mesmos.

Reinventar-se é um ato de amor próprio — e tudo começa com a percepção.


📖 Baseado no livro “A Grande Arte de se Reinventar”, de Leo Chaves, com prefácio de Leandro Karnal.
✍️ Texto adaptado e comentado por Deodato Gomes Costa.
O próximo post é sobre aceitação, o 2º pilar da reinvenção humana que vou trabalhar aqui também. 

CHAVES, Leo. A grande arte de se reinventar. Prefácio de Leandro Karnal. São Paulo: Planeta do Brasil, 2019. 208 p. ISBN 978-85-422-1813-8.

Imagem de uma tela do palestrante. Ele trabalhou estes pontos em que chamou de habilidades.

domingo, 26 de outubro de 2025

Entre o amor e o desterro: as liras eternas de Marília de Dirceu!

 


Obra Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga

Em duas idas recentes a Ouro Preto, acompanhando alunos em excursões educativas, detive-me diante da antiga casa onde viveu Tomás Antônio Gonzaga, e ali, diante das janelas coloniais, reviveu-se em mim a ternura e a dor de Marília de Dirceu. Não há como passar por aquele cenário e não sentir o eco do amor entre Tomaz Antônio Gonzaga e Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, a inspiradora Marília — nascida e falecida em Vila Rica, que se tornou símbolo da delicadeza e da fidelidade amorosa no século XVIII.

Reabrir o livro Poemas de Marília de Dirceu é viajar no tempo, mergulhar na alma do Arcadismo brasileiro, com sua busca da harmonia entre a simplicidade pastoral e o sentimento humano. Gonzaga, sob o pseudônimo de Dirceu, fala à amada com doçura e sensatez, mas também com o peso da saudade e da prisão — as mesmas pedras frias que guardaram seu corpo no cárcere e seu espírito no desterro de Moçambique, onde morreu em 1810.

A edição histórica que examinei revela não apenas o lirismo das odes, mas o contexto humano de um poeta que foi amante, magistrado e inconfidente. Cada verso é testemunho de um amor interrompido pela repressão colonial, mas eternizado pela arte. Em suas liras, o “guardador de sentimentos” transforma o sofrimento em beleza, o exílio em canto, e o amor em eternidade.

Reler Marília de Dirceu, todo dia um pouco à mesa de um café, é como ouvir o murmúrio da voz de Gonzaga misturada ao vento das ladeiras de Vila Rica. Um lembrete de que a poesia, mesmo nascida da dor, é sempre o refúgio mais doce da alma.

Visão dos fundos

Visão dos janelões - a Igreja que a gente vê é a de São Francisco - de Aleijadinho, ali próximo está a feira de pedra. 



Visão dos fundos

Outro recorte da frente da casa.

Casa de Tomás Antônio Gonzaga -Rua Cláudio Manoel, 61 - Centro de Ouro Preto. A construção do século XVIII, em estilo colonial, é a casa na qual residiu o poeta Tomás Antônio Gonzaga – inconfidente das Minas Gerais – entre os anos de 1782 a 1788, quando se tornou ponto de encontro dos líderes da Inconfidência Mineira. Gonzaga é autor de uma das mais conhecidas histórias de amor da literatura quando, utilizando o pseudônimo Dirceu, escreveu belos e famosos poemas para sua musa inspiradora Maria Dorotéia, conhecida como Marília de Dirceu, alcunha que dá título à obra.Hoje o imóvel abriga a sede da Secretaria Municipal de Turismo Indústria e Comércio de Ouro Preto, além de exposições temporárias. O gramado nos fundos da casa é objeto de um cuidado excepcional e sua localização proporciona uma bela panorâmica do Pico do Itacolomi. No quintal, o visitante encontra também um tanque que era utilizado pelos escravos.

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

A educação midiática e os jornais

A educação midiática e os jornais

Seja impresso ou digital, nas escolas ou em casa, veículo ajuda alunos a lidar com a informação verificada, em oposição ao fluxo caótico das redes sociais
Por Claudia Costin
Especialista em educação e conselheira da editora Magia de Ler, responsável pelos jornais infantojuvenis Joca e TINO Econômico

Há alguns anos, participei de um painel num evento sobre educação em Buenos Aires ao lado do professor e pesquisador britânico David Buckingham, que criou cursos de educação midiática na Inglaterra. Ao ouvi-lo falar, me dei conta da importância do tema e de como ele podia ajudar a formar os jovens no Brasil.

A educação midiática é uma das competências definidas na formação de crianças e jovens, não só para proteger a sociedade em tempos de desinformação massiva (“fake news”), mas também para fortalecer a capacidade de ler o mundo com autonomia.

Autores como Jonathan Haidt, que recentemente publicou “A Geração Ansiosa”, têm enfatizado a importância de ensinar os alunos a discernir fatos de opiniões, conhecer e respeitar o ponto de vista alheio e desenvolver um olhar crítico sobre os meios de comunicação.

Foi, portanto, com grande alegria que vi a inclusão do tema na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada em 2017 e que se consolida no ciclo 2025 do Conselho Nacional de Educação. Ela aponta, entre as competências gerais da educação básica, a utilização crítica e ética das tecnologias digitais de informação e comunicação em diferentes contextos.

A alfabetização midiática não se resume à leitura crítica da mídia tradicional, mas também ao entendimento do funcionamento das plataformas digitais, do impacto dos algoritmos e do papel de cada cidadão na produção e circulação de conteúdos, bem como o uso ético e responsável das plataformas.

Esse último ponto ganhou visibilidade nas últimas semanas, com as discussões acerca da “adultização” infantil, processo pelo qual crianças e adolescentes são expostos precocemente a conteúdos estéticos e de consumo inadequados. A partir disso, cresce a importância de discutir o papel da mídia na formação dos valores.

Nas mãos de bons professores, jornais podem se tornar material interessante para atividades “mão na massa”, em sala de aula, permitindo identificar vieses, observar fontes e comparar abordagens.

Já sabemos como é importante estimular a leitura e a escrita nas escolas. Mas também é essencial ensinar os alunos a pesquisar tanto em livros físicos como em meio digital.

Mas se há algo que precisamos fazer com mais intensidade no Brasil é fomentar nas escolas a leitura de textos de não ficção e, assim, ensinar os jovens a fazer análises mais profundas — uma habilidade fundamental em tempos de substituição de muitos trabalhos por inteligência artificial. Nesse sentido, jornais próprios para a faixa etária (ainda felizmente raros no Brasil) podem contribuir muito com o processo educacional.

O jornal impresso ou digital é uma fonte estruturada, com critérios de apuração e compromisso ético, que contrasta com a avalanche de informações fragmentadas das redes sociais.

Ao ler um jornal na escola, o aluno aprende que a apuração é um processo cuidadoso e que a informação precisa ser checada. Mais que isso, percebe que diferentes veículos podem oferecer interpretações diversas sobre o mesmo fato. Essa é uma das aprendizagens mais valiosas da educação midiática: a checagem da desinformação.