PROFESSORA JANE ESQUERDO COUTINHO.

     

Jane: Presença que o Tempo Não Apaga

Com o tempo e a convivência, transformamos as pessoas queridas em eternas companheiras. Elas se tornam parte da nossa história, entrelaçadas em nossos dias, em nossos gestos e nas lembranças que permanecem mesmo quando o tempo insiste em seguir. Jane foi uma dessas presenças luminosas — um coração que espalhava bondade e ternura, sempre disposta a ouvir, ajudar e acolher.

Nossos sonhos ganharam nela uma aliada; nossa caminhada, uma amiga de fé; nossa vida, uma construtora silenciosa de laços e afetos. Em cada passo, sua alegria deixava rastros de esperança e simplicidade, como quem sabia que viver é servir com amor.

Mas, como toda travessia, chegou o momento da partida. E, diante da ausência, o tempo se faz remédio, ensinando-nos que consolo não é esquecimento — é lembrança pacificada.

Hoje, diante do mistério da vida que continua para além dos olhos, guardamos o essencial: a gratidão por tê-la conhecido e o testemunho do bem que ela semeou.
E no fim de tudo, de tudo mesmo, permanece apenas a saudade e uma certeza inquestionável: não importa onde você esteja, Jane — estará sempre conosco, envolta na luz de Deus e viva em nossos corações. 

“Luto”, para Jane Esquerdo, sempre foi o verbo lutar, conjugado na primeira pessoa do presente — força, coragem e movimento. Mas, para nós, neste instante, o mesmo “luto” é dor: a dor que, aos poucos, se transforma em saudade, e a saudade, em lembrança eterna.

Deodato Gomes Costa