Bullying

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Infância desfolhada: as rosas silenciadas do Oriente Médio 🥀🕊️

Como pétalas  de uma rosa arrancadas pelo ódio, os foguetes e mísseis cruzam os céus de um Oriente Médio ensanguentado, semeando um futuro de cinzas onde deveria haver sonhos. No dia 7 de outubro, as rosas de Hiroshima desabrocham no deserto, sob a forma de explosões que sequestram a inocência e silenciam risadas infantis. O Hamas, ao lançar seus foguetes, e Israel, ao responder com misseís, parecem não perceber que suas rosas de metal e fogo só fazem florescer lágrimas e dor em solo sagrado. As crianças, vítimas silenciosas desse interminável inverno de disputas, são marcadas com o estigma da guerra, com seus corpos e mentes fragmentados, como se a cada investida contra o oponente, um pedaço do futuro fosse extirpado junto com suas esperanças.

Na Faixa de Gaza, os pequenos, encurralados entre escombros e desespero, olham para um céu que mais parece um pesadelo povoado por monstros de aço. Hospitais colapsados ​​tentam, sem sucesso, suturar as feridas físicas, mas quem poderá cuidar das cicatrizes invisíveis que se aninham em suas almas? Os reféns de Israel em Gaza e os prisioneiros palestinos em território israelense, também vítimas dessa interminável espiral de vingança, são lembranças vivas de que o custo humano não conhece fronteiras, etnias ou religiões. Ambos os lados cultivam suas próprias versões da rosa radioativa, antirosa atômica, sem perceberem que juntas cultivam o mesmo jardim envenenado.

Pensem nas crianças, seus olhos, mesmo cegos pela poeira da destruição, refletem uma verdade inexata que os homens de poder parecem ignorar: cada criança silenciada por um conflito, cada vida jovem perdida, é um grito mudo que ressoa muito além das fronteiras políticas. Pensem nas meninas e nos meninos, agora telepáticos em sua dor, comunicando-se em uma língua universal de sofrimento e medo, unidos pela brutalidade que lhes é comum. Que valor tem a vida de uma criança nesse xadrez geopolítico? Elas, as crianças mortas, as sobreviventes, rotas alteradas, desliguem de nós uma resposta que a humanidade ainda não sabia dar. E enquanto não a encontrarmos, enquanto tratamos suas vidas significado como notas de rodapé nas páginas da história, nunca entenderemos o verdadeiro da palavra paz.

Professor Deodato Gomes 

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